quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Pensamentos de uma tarde de mormaço

Eu acho que ainda me vejo como uma criança. Uma criança que não é capaz de fazer as coisas, que precisa de ajuda pra tudo, que não tem direito de escolher o que quer e precisa agradar a todos pra ser aceita no mundo. Não consigo ser eu sem pensar na reação de terceiros, principalmente dos que eu amo, principalmente da minha mãe- e atualmente do meu namorado. O que é ruim. Eu não posso me moldar pelos olhos dos outros, assim eu nunca vou saber se eles gostam de mim pelo que sou ou porque to sendo o que eles querem. Aliás, quem eu sou, se tento sempre ser o que os outros querem que eu seja?

Talvez por isso eu esteja parada na vida. Por isso talvez eu não tenha coragem de me jogar de vez, de fazer o que eu quero sem pensar no que vão pensar, porque eu to muito focada na opinião dos outros, e por eu não me sentir capaz. Porque eu sou só uma criança, e crianças nunca sabem o que é bom realmente pra elas, não é mesmo?

Eu queria saber quando vou deixar de me sentir assim. Tenho pensado muito na vida, nas coisas, nos porque de tudo, em como as coisas realmente funcionam, por que elas são desse jeito, qual o fundamento de tudo, são muitas questões mesmo. E me pergunto se isso vai durar pra sempre. Se essa confusão e esse sentimento de inadequação e de que to fazendo tudo errado vão ser eternos. Eu espero que não. Eu queria ter respostas mais concretas, eu queria pensar diferente, ser diferente. Às vezes eu tento e me sinto tão não eu. Mas eu também me sinto não eu não tentando. Dá pra entender? A vida é confusa e paradoxal. Tem gente que se alegra com isso, eu deveria me alegrar. Deveria ficar contente e excitada com essa dúvida que a vida é. Como Paulinho Moska diz em A seta e o alvo inteira, e eu queria tanto ser assim. Mas minha mania de controlar tudo me impede. E o que eu deveria saber controlar, que é a maneira como me sinto, como quero realmente me sentir, e simplesmente sentir, isso não consigo.

Será que isso muda?

A SETA E O ALVO

Eu falo de amor à vida,
Você de medo da morte.
Eu falo da força do acaso
E você de azar ou sorte.

Eu ando num labirinto
E você numa estrada em linha reta.
Te chamo pra festa,
Mas você só quer atingir sua meta.
Sua meta é a seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.

Eu olho pro infinito
E você de óculos escuros.
Eu digo: "Te amo!"
E você só acredita quando eu juro.

Eu lanço minha alma no espaço,
Você pisa os pés na terra.
Eu experimento o futuro
E você só lamenta não ser o que era.
E o que era?
Era a seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.

Eu grito por liberdade,
Você deixa a porta se fechar.
Eu quero saber a verdade
E você se preocupa em não se machucar.

Eu corro todos os riscos,
Você diz que não tem mais vontade.
Eu me ofereço inteiro
E você se satisfaz com metade.
É a meta de uma seta no alvo,
Mas o alvo, na certa não te espera!

Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada,
Quando se parte rumo ao nada?

Sempre a meta de uma seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.

Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada,
Quando se parte rumo ao nada?

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Pensamentos da madrugada

Eu era inocente. Eu era inocente com 15 anos. Eu achava que a vida era fácil. Eu achava que as coisas se resolviam sozinhas. Que se elas tinham que ser, elas tomavam o rumo certo pra acontecer. Não é assim. Tem que lutar muito. Talvez por eu não ter visto meus pais em dificuldade, eu tenha achado que pra eles foi sempre assim, e foi fácil. Não foi. Eles tiveram que lutar muito pra chegar onde chegaram. Estudaram muito. Sofreram também.
Porque eu já percebi que sofrer faz parte da vida, e é uma grande parte. É preciso ser forte. Muito forte. E é preciso ser forte principalmente porque as pessoas não são boas. Eu achava que se você fosse legal, as pessoas seriam também com você. Se você ajudar, elas ajudam. Se você sorrir, elas sorriem de volta. Há! Ledo engano. E que enganão! As pessoas não tão nem aí pra você. Não tão nem aí se vão te machucar, te magoar, te deixar chateado. Não tão nem aí pro que você tá sentindo, como você tá no dia, nem aí pro que você pensa, porque as pessoas são egoístas. Elas vivem no mundinho delas e fazem o que for pra se sentir bem, você é mero paralelepípedo em seu caminho, não vale nada.
É foda. É foda perceber isso com uma pancada, sem rodeios, no baque. Toda sua visão de mundo desmorona de uma vez só. Você se sente perdida. Você se sente sem valor. Você se sente um nada. Você sente como se todo seu esforço de todos os anos que passou tentando fazer o bem pros outros e ser uma pessoa agradável não valeu de nada. E nem nunca vai valer né, porque não é isso que importa hoje em dia. Você se pergunta, mais do que tudo, qual o propósito de tudo, ainda mais quando você se decepciona não só com o mundo em volta, mas também com pessoas próximas, tudo de uma vez.
E vou dizer, é difícil voltar a ter esperança no mundo. Difícil ver o mundo com a lente colorida que via antes, por mais que tente, por mais que as pessoas digam várias coisas legais e dando conselhos, por mais que você tenha se afastado do principal motivo que fez você desacreditar em tudo.
Aí você se afasta. Aí você não tem mais vontade de nada, já que no final é tudo errado e feio mesmo. Pra que, sabe? Aí você se cala, tentando se proteger de um mundo horrível, mesmo sabendo que não tem jeito, ele vai te pegar, é preciso viver. Às vezes não existe mais vontade, mas é preciso, né.
É preciso.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Grana do mal

Ultimamente, ando pensando muito em dinheiro, algo que nunca fiz. Dinheiro nunca foi importante pra mim, sempre prezei mais o bem estar do que recompensa monetária na escolha de um emprego, por exemplo. Mas venho tentando obter minha independência e o que mais se precisa nesse processo é o dinheiro. Infelizmente.

Não seria tudo mais lindo e mais fácil se não existisse dinheiro, se tudo fosse de graça? Comecei a pensar em alternativas, talvez nos idos passados houvesse outros meios de se obter coisas que podíamos imitar agora. Bem, existia, mas não deixava de ser uma forma antiquada de compra e venda. Afinal, o que eram os escambos entre os colonizadores portugueses e os indígenas brasileiros que exatamente isso, porém sem a moeda física como temos hoje? Percebi que não existe outra alternativa, não se continuarmos querendo algo em troca do que damos. A melhor alternativa seria tudo ser liberado a todos mesmo, cada um pega o que quer (mas com alguém para organizar somente, não ganhando nada por isso), reparte da forma que for necessária. Impossível? Sim, mas não por não ser possível viver sem dinheiro. Mas porque somos muito egoístas. O ser-humano é egoísta por natureza. Se hoje em dia, que já tivemos séculos para evoluir, somos assim, imagine nos nossos primórdios, quando nem raciocinávamos direito? Éramos mais egoístas ainda. Por isso inventamos esse processo de troca, porque queríamos tudo pra gente e achávamos impossível o outro ganhar sem recebermos nada de volta. Fazer algo legal pelo outro assim, por nada? Pra que?

O pior é que, hoje em dia, milhões de anos depois, continuamos fazendo o mesmo. Nem digo que deveríamos ter bolado um jeito de compartilhar as coisas (que tivesse dado certo, porque até já foi tentado), mas a sociedade está de um jeito que eu, sinceramente, não entendo. O valor que damos ao dinheiro é excessivo. O “ter” ultrapassa o “ser” a cada dia que passa. A sociedade não dá mais valor ao caráter, à educação, ao respeito, o amor virou coisa careta. Só tem valor no mundo quem tem poder, quem tem dinheiro- e que não se importam em pisar em vários para conseguir tudo isso. O egoísmo está desenfreado. Parece só aumentar. Com certeza muitos que lerão esse texto irão rir dele, pois não conseguem sequer imaginar que seja possível viver num mundo onde a moeda não exista (ou qualquer outra forma de troca desse tipo. Eu acho que dá, basta tentar. É difícil? É. É difícil continuar sendo íntegro quando todos a sua volta são babacas egoístas? É. Mas é possível, se aprendermos a valorizar mais o “ser”.

Mas enquanto isso não acontece, enquanto o dinheiro não acaba e as pessoas continuam só olhando pros seus umbigos, eu (e mais um bando de gente), tenho que continuar trabalhando feito uma corna só para conseguir pagar meu aluguel futuramente. Porque o dinheiro que manda, né.

Enfim... C’est La vie.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Dicas da Lili

É, bem titia mesmo. Lili. Enfim... Vou criar uma "sessão" nesse blog agora, são as Dicas da Lili. Vai ser sobre filmes, seriados, livros, músicas, bandas, etc e tal que eu tenha visto/lido/ouvido, etc e tal e que eu tenha gostado. Dessa vez minha dica é o filme Sem Limites. É sobre um escritor que está tendo um bloqueio criativo e acaba tomando uma droga que permite que ele tenha acesso a 100% de seu cérebro, e não somente 20%, como dizem que temos. O filme é ótimo. Já achei esse enredo super legal, primeiro de tudo. Quem não ia querer uma droga que te dá acesso a todas partes do seu cérebro?! Ter um QI de 4 dígitos? Ô, como eu queria! E ainda não ter efeitos colaterais, melhor ainda! Segundo motivo para ver esse filme: Bradley Cooper. Nunca achei nada demais dele, mas além dele se mostrar um ótimo ator nesse filme, ele tá gaaaaaaaaaato. Sexy toda vida, ainda mais quando fala italiano! Dio mio! Uh lala... E o filme também tem Robert de Niro, que sempre é bom de se ver atuando, mesmo sendo pouco como nesse filme. Mas admito que o que mais gostei no filme foram os efeitos de câmera. Li uma critica dizendo que os efeitos de camera desse filme eram os melhores que ele tinha visto nos últimos anos, e concordo plenamente. Fantasticos. As vezes ele filma de um jeito que te dá até vertigem, e simula mais ou menos os efeitos que a droga teria em nosso corpo. É um cinema 3D sem óculos, pois você acaba sentindo tudo mesmo sem nada na vista. Enfim, eu queria ter mais tempo pra falar disso, talvez eu entre depois e dê uma editada nesse texto. Mas pra resumir, vejam Sem Limites!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Mais normal

Fui fazer uma entrevista um dia desses e a entrevistadora, depois de eu contar um pouco da minha vida e planos, me disse que podia ver que eu sou normal.
Eu sou normal.
Sei que no caso ela estava querendo me elogiar, isso era positivo pra ela, mas eu nunca gostei de ser normal.
Sempre achei normal sinonimo de ser insoso, por isso nunca quis ser. Eu sempre quis ser outstanding (desculpe os que nao entendem ingles, mas nao ha expressao em portugues que queira dizer o que sinto como essa em ingles). Sempre quis me destacar em algo, ser muito boa em alguma coisa. Na verdade, eu sempre quis ser a melhor cantora de todos os tempos. Sempre foi meu sonho. Mas eu mal consigo cantar uma frase sem meu namorado me zoar. C'est la vie, como diria meu primo.
Outra coisa que eu sempre quis fazer extraordinariamente bem foi tocar instrumentos, assim mesmo, no plural. Sabe como é, desde pequena tive facilidade com piano, tirava musicas de ouvido no meu pianinho de brinquedo sem nunca ter tido uma unica aula, e isso eu tinha somente 4 anos de idade. Entao, aos 6 anos comecei a fazer aulas e achava tudo facil, nem precisava estudar. Ai veio o problema. Depois de um tempo (6 anos pra ser mais exata) precisei começar a estudar. Na verdade, percebi que seria melhor se eu estudasse. Mas antes tudo era tao facil pra mim que eu nao admitia ter que estudar pra uma coisa que era pra ser meu dom, ou seja, eu devia tocar nas teclas do piano e sair tocando qualquer coisa, nao é? Nao foi bem assim. E entao, burramente desisti do piano (na verdade, parei de fazer aulas porque eu tinha vergonha de me apresentar no fim do ano, mas a razao acima deve ter contado alguma coisa na minha cabeca pre-adolescente). Entao la se foi minha chance de ser magnifica no piano. Porque agora, burra velha com 25 anos, sem dinheiro e tempo pra fazer aulas, nao da mais.
Enfim, tempos depois tentei voltar aos instrumentos- violao pra ser mais especifica- pra ver se eu conseguia ser outstanding (de novo, desculpem os que nao falam ingles) em algum instrumento pelo menos. Mera decepção. Todos que ja me ouviram tocar aquelas seis cordas do violao viram que ele nao é pra mim at all! E eu achando que seria um às em qualquer instrumento que eu tocasse. Haha. Meu talento musical foi posto completamente à prova e desconfio que passei a vida me enganando que eu tinha algum. Entao nao Livia, voce nao é outstanding, voce é normal. E só.
Nem nas coisas que faço bem, como escrever e dançar, eu posso ser vista como um destaque. Meu livros nunca ganhariam um premio Jabuti. Meus roteiros nunca ganhariam um Oscar. Meus livros podem ate ser best-sellers, mas Paulo Coelho tambem é best-seller, e todos sabemos que é um lixo. Minhas estorias nao sao lixo, mas nao tem um pingo de genialidade. Sao, vamos ver se voces adivinham. Sim, normais. Nada complexo, so historinhas pra garotinhas adolescentes.
E na dança... bem, eu poderia ter sido muito boa- se nao tivesse parado de dançar aos 10 anos (dessa vez, nao por minha causa, mas por questoes financeiras). Mas eu parei, entao eu danço bem, mas nada de deixar ninguem com queixo caido.
Aí voce pode achar que eu talvez tenha uma personalidade que chama a atençao, que eu deixo marcas por onde passo. Hahahaha, é tudo que tenho a dizer. Se alguem lembrar meu nome eu ja fico feliz (ok, posso estar exagerando um pouco, mas é quase isso).
Entao pois é, eu sou normal, apesar de ser tudo que eu nao queria ser.
Enfim... c'est la vie.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

2011

Dois e Dois são Quatro"

Como dois e dois são quatro
Sei que a vida vale a pena
Embora o pão seja caro
E a liberdade pequena
Como teus olhos são claros
E a tua pele, morena
como é azul o oceano
E a lagoa, serena

Como um tempo de alegria
Por trás do terror me acena
E a noite carrega o dia
No seu colo de açucena

- sei que dois e dois são quatro
sei que a vida vale a pena
mesmo que o pão seja caro
e a liberdade pequena.

Ferreira Gullar

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Explicação

Sabe quando você não se sente você mesma? Tô me sentindo assim ha uns dias. Já melhorei um pouco, já estive pior durante essa quase-semana que estou me sentindo assim. Mas ainda continuo me sentindo outra pessoa, como se a Livia tivesse saído desse corpo e estivesse voando por aí. Aí é um aperto constante, uma eterna luta pra voltar pro meu corpo, pra eu ser eu mesma e agir como a Livia novamente. É estranho, ainda mais porque aconteceu do nada. Mas eu tô tentando, tentando ao máximo voltar, ser a Livia que eu sempre fui com todo mundo. Espero conseguir logo, porque vou dizer, é uma sensação muito estranha. Enquanto não acontece, peço a paciência e compreensão de todos à minha volta- e a ajuda se for possível, mas acho que não é possível, isso é tarefa minha, não dos outros.
Enfim... post estranho, não sei se muitos vão entender o que quis dizer com ele, mas eu tive que escreve-lo só pras pessoas entenderem o porque de eu estar estranha ultimamente mesmo.